Estados Unidos bloqueiam a admissão completa da Palestina na ONU
Decisão dos Estados Unidos ressalta impasse diplomático no processo de adesão palestina à ONU
Numa ação que teve impacto global, os Estados Unidos utilizaram seu direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas para bloquear uma resolução que sugeria a aceitação total da Palestina como integrante oficial da entidade. Apesar do apoio de diversos países, a iniciativa proposta pela Argélia enfrentou resistência por parte dos EUA.
Na votação realizada na quinta-feira, a resolução obteve 12 votos favoráveis, com os Estados Unidos expressando sua oposição e duas abstenções. A proposta recomendava que a Assembleia Geral da ONU, onde não existe poder de veto, aceitasse a Palestina como o 194º membro da organização. Atualmente, aproximadamente 140 países reconhecem oficialmente o estado da Palestina, o que sugeriria uma aprovação quase garantida se não fosse pela objeção dos Estados Unidos.
Em meio ao cenário tenso do conflito israelense-palestino, a decisão foi tomada em um momento delicado, quando a guerra em Gaza já se arrasta por sete meses. Antes da votação, o representante adjunto do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Vedant Patel, afirmou que ações precipitadas em Nova York, por mais bem intencionadas que sejam, não contribuiriam para a obtenção da independência do povo palestino. Ele ressaltou que a adesão da Palestina "deve ser fruto de negociações entre Israel e os palestinos" e que qualquer iniciativa que prejudique esse processo "dificulta ainda mais as negociações" e não favorece o avanço em direção a uma solução de dois estados, na qual Israel e Palestina convivam de forma pacífica.
Mahmoud Abbas, líder palestino, recusou os apelos dos Estados Unidos para interromper a votação, considerando a atitude americana como um obstáculo para os objetivos do povo palestino. Por outro lado, o representante palestino na ONU, Ziad Abu Amr, declarou que a aprovação da resolução traria esperança para os palestinos em busca de uma vida digna em um estado soberano.
Essa é a segunda solicitação da Palestina para se tornar um membro pleno das Nações Unidas, evidenciando a crescente tensão e insatisfação entre o governo de Abbas e a administração Biden, que tem sido vista como hesitante em promover uma solução de dois estados no conflito israelo-palestino.
A escolha dos Estados Unidos em bloquear a resolução serve como um lembrete de que, mesmo com o apoio da população por uma solução que envolva dois estados, a influência da política externa americana permanece fundamental nas questões relacionadas ao Oriente Médio.
Fonte: Art Noticias
